segunda-feira, 12 de janeiro de 2015



Não se tira facilmente um grande amor do coração como quem arranca à faca a polpa de uma fruta. Não se arranca da memória, como quem tira água de um pote, a lembrança de quem escreveu seu nome em nossa alma. Às vezes se finge... é preciso fazer de conta pra ver se acontece, pra ver se o coração acredita e nos obedece!



Aíla Sampaio 







Essa saudade que às vezes me visita não é de nada já vivido. É de algo novo, mas tão antigo que nem tem rosto. É um desejo de me espalhar em mim, de me encontrar em mim, sem o sal do suor que derramei inutilmente, sem o doce que virou amargor em minha língua cansada de enganosos sabores. Essa saudade que sinto de mim vem do tempo perdido nos desvios e nos abismos de medos e angústias que me deram as falsas alegrias; é vontade de recuperar meu rosto e minha alma deixados no meio da travessia. Saudade é vontade de viver de novo o que já foi, o que poderia ter sido, o que não será... 


Aíla Sampaio


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