quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Para não te esqueceres



Para não te esqueceres
das verdades que me dizias
brincando,
há as ruas
que não mais atravessas comigo,
há as casas de muro baixo
nas mesmas esquinas
em que paravas pra roubar flores
e enfeitar os meus cabelos.

Talvez não te lembres
que sonhavas em me dar
um jardim,
mas eu não me esqueço
de que te prometi manhãs ensolaradas
e não cumpri.

O tempo ergueu muros altos
entre os nossos desejos e a realidade
e as nossas vontades se perderam
pelos caminhos
que trilhamos separados.
A nossa história,
entretanto,
ainda anda
por aquelas calçadas
e os jardins ainda florescem
sem notícias do futuro que
planejávamos.

Aíla Sampaio