Tudo o que fomos reduz-se, hoje, a lembranças soterradas no fundo de uma
caixa, onde, entre fotografias, bilhetes e presentes de viagens, nosso
amor morre no anonimato; seca como as flores que recebi no meu último
aniversário (com a promessa de primavera eterna em pleno outono). Já não
ouço os Cds, não leio os livros, não uso os brincos nem vejo as cenas de
felicidade impressas em papel colorido. Guardei tudo no fundo do
armário, para que os meus olhos não alcancem os vestígios do que fomos
um para o outro; para não nos ver morrendo sem testemunhas, protagonistas de uma história da qual o mundo nunca desconfiará...
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