quinta-feira, 12 de abril de 2012

Admito

Eu te amei sim, posso te responder agora. Até ontem eu tinha receio de admitir isso, por conta do teu tépido suspiro. Eu queria calor ou frio e tu ficavas a cozinhar em fogo baixo. Com a minha intensidade, não havia jeito de dar certo. Não tenho paciência pra lentidão, indecisão, nem pra estar triste, conjecturando sentimentos, medida deles, coisas assim tolas, mas incômodas. Ficar longe de ti foi possível e necessário, mas saber que não nos teremos mais nem qualquer dia é olhar um mundo incolor, é baixar a voltagem da vida. Posso admitir não. Acabo de colocar as roupas de volta no armário e vou ficar esperando que tu me inventes outra vez... mas vou esperar do lado de dentro, pra não correr o risco de me molhar quando o próximo inverno vier. Até lá, por favor, não me tire o sono nem o fôlego com seu beijos bem resolvidos. Não quero correr o risco de morrer antes do tempo.



AílaSampaio

Um comentário:

  1. Uma excelente admissão, não há tempo, o tempo é voraz, consome a nossa existencia exigente cada vez mais sem tempo para paninhos quentes. Parabens é uma belo trecho.

    Gostei amiga Aila

    ResponderExcluir