segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Solidão



Há muito pra esquecer: paredes retintas cicatrizadas nas retinas,
a confusão de vozes na varanda, o entra e sai de gente compadecida.
Tantas coisas pra não lembrar,  mas elas insistem em viver nos destroços da minha memória!
Fosse fácil não ter medo, eu voltaria no tempo pra pegar a menina que eu fui
e colocá-lo no colo. Quando se soube para sempre órfã, escondeu-se em si mesma
como se se bastasse... Ninguém a protegeu daquela dor silenciosa e seca; ninguém viu sua solidão fazer-se eterna naquele dia.

Aíla Sampaio

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