terça-feira, 26 de abril de 2011

Em carne viva


Há muito eu não era tão pó, tão solúvel a olho nu! As emoções extraviadas, as impossibilidades, os descompassos dos passos na estrada, se aumentaram minha tolerância à dor, também fragilizaram minha pele, esse véu que me cobre, mas não consegue esconder o coração em carne viva. Deslizo na líquida existência, sufocada pelos gritos contidos, ressequida pelas lágrimas que não caíram dos meus olhos. Viver é mesmo esse constante extravio, esses estilhaços que juntamos para fazer remendos...viver é não se deixar morrer definitivamente a cada vez que nos matam.

Aíla Sampaio

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