Quando
ele perdeu o cheiro de chuva
que
me acordava nos dias quentes,
escondi-me
dentro dos livros
transformada
em palavra escrita.
A
vida,
como
uma frase evasiva,
fez
os dias
terminarem
sempre numa página arrancada
para
que nunca se lesse
a
paisagem dos meus pensamentos
recentes
ora
incertos como arbitrárias vírgulas
ora
suspensos por longas reticências...
Quando
ele perdeu o cheiro de chuva
que
arrancava a poesia dos meus desertos
nos
transformamos apenas
em
personagens
de livros diferentes.
Aíla Sampaio
Nenhum comentário:
Postar um comentário