segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Sob a névoa



Olho-te, sob a névoa do tempo, tentando reconstruir o sorriso que tanto amei. A distância não embotou minha memória, tampouco a interditou como deveria. Lembrar-te não é trazer-te de volta. É aceitar que já não te tenho e devo contentar-me com os fragmentos de cenas que guardei. É estranho perder de vista quem nunca saía do meu radar; acostumar-me à falta de notícias, não saber aonde andas enquanto te procuro com os meus pensamentos. É estranho não mais ser o motivo das tuas saudades e não ter mais pelo que esperar; ver os dias passando cinzentos, como se o sol não tivesse mais motivos para nascer. Do outro lado da janela, tudo permanece igual. Aqui dentro, há um mundo devastado pela certeza de que abriste mão dos nossos sonhos. Tudo o que vivemos de bom se esvaiu pelas águas turvas dos teus medos. Do mar que eu via em teus olhos restou apenas o naufrágio.


Aíla Sampaio





4 comentários:

  1. Tudo passa,... passando.
    ----------
    Felicidades
    Manuel

    ResponderExcluir
  2. Ola Aila o que aconteceu com sua página no face? Não posso viver sem ler o que escreve. Vanessa Cristina. Bjão

    ResponderExcluir
  3. Vanessa, desfiz a página. Me adicione no perfil pessoal e me encontre tb aqui quando quiser. Um beijo carinhoso! Aíla

    ResponderExcluir