quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Ele




Ele  me olha feito ave voando, 
esquecido de angústias 
e preguiçoso para as tristezas; 
até parece que já nasceu sorrindo pra mim.
Ele escuta a canção do vento
como se fosse a minha voz 
sussurrando o seu nome...
E me abraça no escuro do quarto
como se eu estivesse presente,
e dos meus braços sentisse fome.

Sei que existo nele como as suas mãos
existem na saudade que me  escreve. 
E ele, desde muito pressentido,
existe em mim qual um amor antigo
que está em meu corpo vestido
como a minha própria pele.


Aíla Sampaio

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