quarta-feira, 4 de abril de 2012

Vestígios




Ela resolveu, finalmente, apagar os vestígios da passagem dele pela sua vida: deletou o nome da agenda, os e-mails ternos, depois tão tensos, e os sms lacônicos enviados no meio da noite. Jogou fora todas as rolhas de vinho que colecionavam desde o início do namoro e trancou todas as fotos aonde devem descansar as alegrias efêmeras. Só não conseguiu apagar da memória o instante primeiro em que os olhos dele alcançaram os seus, e o que sentiu ao entender que as suas almas se reconheceram e se beijaram sem um toque... sem uma palavra sequer, naquela tarde de outubro que perdura até hoje em seus pensamentos.



AílaSampaio

2 comentários:

  1. Ainda não se consegue deletar a memória e, talvez, isso faça presença no momento de escrever, existir, fazer. Obrigada por escrever e deixar seus traços de vida e imaginação à nossa disposição. Graça Aquino.

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  2. AÍLA, Parece que andaste passeando pelo meu coração e leu o que lá esta escrito.
    Te adoro poetisa querida.

    vera portella

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