terça-feira, 10 de abril de 2012

Intervalo



É  fácil andar pelas ruas iluminadas dos outros, sentar à sua mesa farta, beber do seu vinho, comer dos seus queijos. Difícil é percorrer seus becos escuros, ser generoso com sua fome e sua sede quando a mesa está vazia. Entre o dia de sol e a noite enluarada há sempre um hiato de penumbra, um risco de escuridão para que,  no devir das situações, as verdadeiras faces se revelem e saibamos quem somos nós, quem são os outros.  É no intervalo entre a gargalhada e a lágrima que mora a verdade de cada um.

AílaSampaio

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