quarta-feira, 13 de abril de 2011

Até o amanhecer


Não vás,
é perigosa a estrada para quem sonha.
Vem e senta-te ao meu lado
para escutar a chuva;
pus vinho para resfriar,
reguei o queijo com azeite
e povilhei-o com orégano
como gostas.
Tenho as chaves da porta para que entres;
vem e descobre outras Américas
no mapa do meu corpo,
percorre o caminho que te levará ao paraíso.
Nada temas. Nenhum mal vai acontecer,
não preciso de nenhuma promessa,
de nenhuma proposta;
nada de perguntas ou respostas.
Só quero que proves do meu queijo
que bebas do meu vinho
e vivas em mim eternamente
até o amanhecer.

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