Deixei a noite atravessar os meus dias numa impertinência voraz de pássaros sonâmbulos, para que a minha boca mastigasse o teu nome. Nunca mais o pronunciei desde o tratado de paz silencioso que usamos para nos proteger da dor.
Evitamos o confronto das nossas razões, mas a memória, fustigada pela falta que fazemos um ao outro, sempre busca uma faca para cortar as flores que plantamos em nossas lembranças. Ninguém se separa de quem ama impunemente.
É preciso desconstruir as imagens, rasgar as alegrias congeladas nos ideais que insistem, reavivar as farpas, desalgemar-se das ilusões e dormir sobre as mágoas redivivas pra caminhar rumo ao esquecimento. É preciso matar e morrer pra continuar vivendo.
Aila Sampaio
Uau!!!! Que lindo, saudade de ler suas maravilhas.
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ResponderExcluirComo sempre lindo! Amo tudo que escreve.
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