terça-feira, 14 de agosto de 2007

Viagem

Mais um gole de tequila e ela desabou. Com os olhos de quem esperava, ele a suspendeu nos braços, vagorasamente caminhou para o quarto e a depositou na cama de lençóis alvíssimos, certamente preparada para a festa. Há quanto tempo esperava vê-la ali sob seu domínio; ela tão poderosa em suas defesas, ali a seu dispor, as pernas quase nuas espalhadas sobre o cetim branco, a boca entreaberta quase pedindo um beijo. Ele escorregou a mão por suas coxas, suspendendo o vestido devagar. E se ela acordasse... consentiria que lhe retirassem as meias? Para deixar-te mais à vontade, estava preparado pra dizer. Não eram ruínas, destroços dela, era ela dormindo como as virgens de Azevedo. Recuou, doeu-lhe o peito. As mãos, sempre elas, advogando seu desejo e reprimindo-o. Parou antes de tocar seu sexo. Procurou o peito apertado, o coração o traía. Ela não se mexia. Viu que sonhava. Ela quer mais tequila, fez que ia buscar. Não voltou. Nem ela.

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