segunda-feira, 22 de agosto de 2016

Calmaria




Não quero mais a paixão, o arrebatamento da ansiedade, o desejo inadiável e urgente que atravessa avenidas sem olhar o trânsito ou pula muros sem medo de tiros. Não, não quero mais o que me inquieta a alma sem  trégua, o pensamento submisso às incertezas, mesmo com a embriaguez vadia dos momentos fugazes. Quero mais não. Prefiro a placidez das certezas, a cumplicidade dos olhares que escrevem as verdades mais silenciosas na alma. Prefiro o abraço desapressado, a serenidade da espera e a sobriedade dos gestos. Quero o amor com a sua calmaria de rio escorrendo em minhas veias. 




Aíla Sampaio




Saudades






Teu nome
salta-me dos olhos
e borra o papel.

Saudades não sabem escrever poemas.
 
 
 
Aíla Sampaio
 
 
 
 
 

CICLO INEVITÁVEL

  “Faz tempo, sim, que não te escrevo, ficaram velhas todas as notícias”, disse o poeta num soneto à mãe nos anos 40. A velocidade do temp...