Quase sempre amanheço no meio da noite sem sequer ter dormido. Não há barulho na rua, mas há ruídos por dentro, cárceres tão privados que só os pensamentos ousam entrar. Tantas vontades jogadas pelo ralo, desperdício de afetos enviados a destinatários inaudidos, senão malditos pela sina do coração encouraçado. Quem sabe o que faz o medo do amor é o sofrimento insuportável. Cada um conhece os seus calabouços e o peso da própria alma. Ainda na distância, esqueço a carta devolvida com o carimbo de 'endereço errado' e penso nele, visto-o com palavras e desenho o dia de sol ainda que chova. É assim o amor, um soco na razão. Explicar se há escolha? Quem há de...?
Aíla Sampaio
Poemas, contos, imagens... palavras e silêncios. Mergulhos e naufrágios de AílaSampaio
sexta-feira, 6 de abril de 2012
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