Eu ainda me importo
porque é feito de tumulto o nosso silêncio
e sei que sabes, como eu,
do pavor enjaulado nas palavras
que nos recusamos a pronunciar.
Ainda me importo
com a nossa alegria andando descalça
no piso escorregadio da memória
e com a tristeza que
grita teu nome
em cada gole do café amargo que sobrou na xícara.
Sim, não deveria,
mas me importo com a tua ausência
mas me importo com a tua ausência
esvaziando os meus pretextos pra saber de ti,
me importo com os sinais
de que pouco te importas
se eu bater a porta de vez.
Aíla Sampaio
se eu bater a porta de vez.
Aíla Sampaio