O que ficou de ti
não foi o calor dos abraços
nem as lembranças
guardadas entre livros e fotografias
não foi o laço feito
de afinidades e cansaços
nem as canções
com que me ninavas quando eu dormia.
As marcas das tuas mãos
desapareceram do meu corpo
e o gosto do teu beijo
em minha boca se desfez.
Não ficou a intimidade
pouco a pouco construída
sequer um sentimento
para trazer de volta minha insensatez.
O que ficou de ti
foi a tua indiferença
à minha mão estendida;
foram as palavras de descaso
ditas à revelia;
a delicadeza esquecida,
e a ternura desperdiçada
em inesperada ironia.
Porque só fica o pior, Aila?
ResponderExcluirBjãOo, Alípio