terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Amor

  Insensato,
mas, ato contínuo,
o amor se fez ideia
desiderato.
Era amor,
tinha destino,
tinha sentido.

Ventos e tempestades
o vergaram;
ergueu-se
continuou
a despeito do sol,
das chuvas.
Exposto ao calor ou ao frio
resistiu;
era amor e
tinha destino
tinha sentido.

Perdeu-se
numa curva,
rua sem saída
mar sem bússola.
De repente,
caiu numa emboscada
quis resistir
mas não encontrou sentido
não havia mais caminho.

Exaurido, surdo, cego,
só e taciturno
morreu à míngua
ninguém soube
ninguém viu
ninguém leu o nome
tatuado em sua língua
como um grito mudo.

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