segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Como na Carta de Paulo

Ela conseguiu sobreviver àquele amor que até ontem mudava a cor do seu rosto quando alguém pronunciava o nome. Já havia lido os Coríntios e se identificado: tudo sofreu, em tudo acreditou, tudo suportou, tudo esperou até que, de tanto sofrer, acreditar, suportar e esperar, descobriu que não bastava falar a língua dos homens e dos anjos, era preciso que o homem amado não pensasse como um menino, que acabasse com as coisas de menino quando já não era um menino. Assim, machucou, machucou-se... então, sem vaidade, sem vangloriar-se, sem ensoberbar-se, sem portar-se inconvenientemente, sem buscar os seus próprios interesses, sem irritar-se ou não suspeitar mal, desistiu do amado, mas o amor... o amor ficou, como profetizou a Carta, porque o amor jamais acaba; aniquila profecias, cessa as línguas, faz desaparecer a ciência, mas não acaba. Assim foi, assim será. (Aíla Sampaio)

Um comentário:

  1. PARA PAULO E AILA SAMPAIO

    Mesmo que o Amado se vá e
    Vá para não retornar,
    Evitai desesperar:
    Permanece o Amor - amai!

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