Não a ti, que eu não amo mais, 
mas ao outro que eu amei 
e por quem sofro, 
é que estendo este olhar perdido sobre as ondas 
sonhando um mergulho impossível.
Não por ti, homem comum,
que me teve nos braços e conheceu meu corpo,
Não por ti, homem comum,
que me teve nos braços e conheceu meu corpo,
mas pelo outro que eu criei e fiz poeta, 
é que sinto a dor desse dilacerado engano 
que me corta feito um punhal de ouro. 
És tu quem enterro hoje 
sob os escombros de tantos conflitos; 
és tu que faço morto em meu desejo 
Não o outro que nunca existiu, nunca esteve comigo. 
27/10/10
Querida Aila, descobrir que amamos uma projeção é dilacerante, mas é sinal de que não perdemos a lucidez. De toda dor, resta o poema, então já valeu a pena. Abs, Nico.
ResponderExcluirQue lindo poema, Aíla. E quem nesta vida não amou uma projeção?
ResponderExcluirEstamos aguardando o livro com todos estes poemas.
beijo