segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Valsa



Nada mais sei quando começas a dedilhar minha pele

como se tocasses uma valsa.

Rodopios incontinentis atravessam o quarto

enquanto furto as cores das tuas palavras

para desenhar o meu castelo.




Nada mais quero senão passear descalça

sobre os lençóis macios que guardam nossos segredos;

ver teu corpo refletido no espelho

a sangue frio me atravessando

como se atravessasse a brava correnteza de um rio.

2 comentários:

  1. Que carinhoso erotismo... As sutilezas sim proporcionam maior gozo. Eis aí o mais profundo regozijo: nas palavras!

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  2. Parabéns, seu blog está entre um dos melhores de poesias que eu já vi, que reúne vários poemas, pensamentos que nos fazem refletir muito...
    Amei, nota 1000!

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