sábado, 24 de julho de 2010

AMO-TE

Amo-te como flor que cresce no deserto
somente com o sal da terra.
Como fera mansa que deixa a selva,
amo-te em paz, em plena guerra,
e navego em teu corpo, sem remos, sem embarcação.

Amo-te como quem vê estrelas no amanhecer,
como quem, longe do litoral, vê o mar
e guarda no pensamento uma canção.

Como quem ama simplesmente por amar
e sem saber por quê,
amo-te em silêncio e te desejo
como quem sai a velejar deseja o vento.



Aíla Sampaio

(23-24/07/10)

2 comentários:

  1. Aíla,
    és realmente um belíssimo poema. "Não me interessa o que os meus pais pensam, eu amo-te e sempre te amarei", costumava ela dizer. "Descobriremos uma maneira de ficarmos juntos."
    Beijo, Margleice.

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  2. Muito bom seu blog e as poesias.Sempre que posso estou pasando por aqui.Siga em frente.Você é muito simpática também.

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