Não
quero mais a paixão, o arrebatamento da ansiedade, o desejo inadiável e
urgente que atravessa avenidas sem olhar o trânsito ou pula muros sem
medo de tiros. Não, não quero mais o que me inquieta a alma sem trégua,
o pensamento submisso às incertezas, mesmo com a embriaguez vadia dos
momentos fugazes. Quero mais não. Prefiro a placidez das certezas, a
cumplicidade dos olhares que escrevem as verdades mais silenciosas na
alma. Prefiro o abraço desapressado, a serenidade da espera e a
sobriedade dos gestos. Quero o amor com a sua calmaria de rio escorrendo
em minhas veias.
Aíla Sampaio
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