O pai, ah, o pai era doente dos instintos. Não podia ver mulher que os olhos e mais o resto do corpo arregalavam-se. Ele era são; gostava, mas como todo homem nascido macho. Puxava a fama e a inteireza de sua palavra dada e levada até o fim. Nada mais.
Casou com Creuza, plana de corpo e alma. Antipática, ela contrastava com o riso fácil do marido. O marido que o pai não quis pra ela, que não merecia o sogro. Ela não seria feliz, mas foi.
Foi... até o dia em que o carro virou e ele nem mais precisou ir à capital. Tudo ficou resolvido ali mesmo. Era o mar o destino de Creuza, e a solidão, e a vida emprestada para sempre. O pai viveu mais...
Poemas, contos, imagens... palavras e silêncios. Mergulhos e naufrágios de AílaSampaio
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QUEM MANDOU?
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