quinta-feira, 16 de agosto de 2007

O SANGUE DA LIBERDADE

Quero sobretudo essa malícia
de trazer no corpo a marca das fêmeas,
seduzir reduzindo meus excessos
em assimetrias expressos
à flor da pele.

Quando for preciso,
enlouquecerei;
quebrarei as algemas
cedendo aos poucos
à tentação dos loucos
que injetam na veia
o sangue da liberdade que crêem.

Quero deter os alarmes
a tempo de aprender minha história
sem carícias a cicatrizar.
Quero além de tudo esse veneno
que denuncia minha maldade
castidade pra toda sedução,
pra solidão que eu decreto
dia a dia
adiando desejos.


(Do livro “Desesperadamente Nua” (1987))

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